quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sobre Mulheres: Febre

Calor. Muito calor.

Não sabia de onde vinha aquela fúria, a vontade derrubar a louça de florzinhas pelo chão. Cremeira...quem coloca creme no chá? Chá, num calor desses?
A toalha com sombras de velhas manchas de café, de um branco encardido de armário e tempo, ainda assim parecia imaculada, quase virginal, com as beiras de crochê puído engomadas.
Tinha ímpetos de derrubar-lhe o copo de groselha quase morna que não conseguia beber. Sentia a roupa colando na pele úmida de suor, desejo e inquietação.
Tirava nacos do pão morno, passava-os na manteiga amolecida e comia, tentando alinhavar as idéias ou os desvarios.
Queria arrancar a cambraia e abraçá-lo, ali, entre os maços de louro e canela, alumínios que se queriam polidos e brilhantes, aromas do café de coador de pano e manjericão.
Pedir, me pega com força e com ternura, me agarra, me beija, acalma essa loucura que me faz ser um pouco à toa.Ele deve achar que ela parece uma vadia. E é, no fundo todas são.
Acerta uma bola de miolo gosmento no jornal aberto sobre suas tempestades, o escudo que a separa do mundo dos sãos.Não existe reação, não há o que o faça abalar-se.
Esparrama-se no encosto da cadeira alquebrada, sacode a saia como abano de forno a lenha. Forno que queima, que a deixa em brasas. Despudorada, se mostra, pernas afastadas.
E ele? Nada.
Levanta-se irritada.Recolhe a louça, joga-a na pia, bate gavetas, faz tinir os talheres.
Não lhe rouba a concentração, apenas um olhar por sobre as páginas meio vergadas, uma sobrancelha elevada, ah, ele quase nota que ela existe. Quase.
Encosta-se na pia, abre a torneira.
Molhas as mãos e passa no pescoço, no colo suado. Molha os mamilos que parecem explodir. Respira, ofegante.
Ele solta os jornais e refaz o encarte, cuidadosamente. Diria-se que ninguém passou por aquelas linhas.Ou pelos caminhos que ela desenha pelo corpo.
Agarra-o por trás, enlaça-o com uma das pernas, o pé descalço subindo e descendo.
Ele vira, ajeitando o paletó no braço esquerdo, mantendo-a longe com o peito largo.
Ela se esfrega feito a gata Dinorah, que cochila na caixa de revistas.
Ele abaixa a cabeça, beija-lhe a testa. Está atrasado.
Ela tenta puxar-lhe o pescoço engravatado, uma das mãos sentindo-lhe as calças. Ele resmunga que parece uma louca, muito, muito vulgar.
Ela murcha, os olhos prestes a transbordar, as palavras de puta de cais contidas pelos lábios mordidos.Ódio e febre, que ainda arde, queima onde devia só aquecer.
Vingativa, enfia os dedos sorrateiros na manteiga; ao despedir-se com aqueles arremedos de beijos curtos e sem graça, lambuza as costas do casaco, aqui e ali, facadas rançosas e indolores, cheias de rancor e mágoa.
Puxa-lhe a gravata, besunta a seda e repete o tchau amor de todos os dias, requentado como café da repartição.Velho como a repartição.
Tchau amor que eu te odeio e joga-se sobre o sofá de curvim, com vontade de chorar.
Nem sabe quantas horas passaram, a roupa lhe gruda como num passeio na chuva, mas sem prazer.As pálpebras pesam.
Arrasta-se até o quintal e banha-se numa água de bica.
Lava a alma e os desejos, que bom seria ter esse sabão.
Joga a camisola numa tina onde outras peças esperam atenção e alguma força.
Caminha assim, nua e molhada pelo ladrilho da casa antiga, herança maldita da sogra há muito sepultada.Vê o telefone negro, daqueles de discar.
Imagina que no bocal ainda exista um resto de respiração da velha, ou que, nesse, ela possa escutar.
Vai para o quarto. Joga-se molhada na cama de espaldar alto e entalhes, quase fúnebre, cuja posse e responsabilidade lhe foi passada, após a morte da sogra. Apóia o pé molhado na cabeceira e tem vontade de rir, essa pequena transgressão é quase um prazer carnal...Lembrou-se do segredo de Anita e colocou Ne me quitte pas pra tocar.
Da bolsa de sobra de calças jeans, com franjas de barbante e sucatas bordadas com brilhos e espelhinhos, uma das suas reminiscências, resgata a antiga agenda, um cofrinho fingido, com chavinha e buraco de coração. “Amar é jamais ter que pedir perdão”. Então tá.
Ensaia o que dizer.Não precisa dizer nada. "Oi. Sou eu..."

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Siri: deu ou não deu? ARGHH...


“Cara Iris,
Confesso que nunca imaginei escrever esta carta, afinal, não nos conhecemos.
Sim, apesar de ter acompanhado alguns dias da sua participação no BBB7, e de ler notícias sobre a sua vida pessoal, principalmente na internet, não posso dizer que a conheço ou que sei qualquer coisa da sua personalidade ou da sua vida.
Aliás, esse é o problema, Siri.
Eu e muita gente não temos o menor interesse em saber detalhes da sua atividade sexual, que você insiste em comentar, sei lá com que intenção. Sim, pois além do mau gosto, sua performance deixa muito à desejar.
Na época do programa, ainda vá lá que a gente ouvisse certas conversas, imaginando que ‘escapou’ ao seu controle o fato de estar sob a mira de 473 câmeras.
É, teve quem enfiasse o dedo no nariz compulsivamente, quem lavasse a calcinha e depois escovasse os dente na hidromassagem e quem desse uma rapidinha , via embratel, sob uma mantinha sem vergonha.
Entretanto, sua insistência sobre quantas vez ‘deu’ e para quem não ‘deu’ é chata e muito ultrapassada, meu bem.
Talvez você não tenha tido oportunidade de entender que as mulheres não são mais escravas desse tipo de aritmética. Ninguém é mais respeitável por ter feito sexo com menos parceiros.Reputação, é outra coisa, tente se informar, vale a pena, sabia?
Se você ainda não percebeu, algumas que encarnam aquele tipo ‘de um homem só’ não valem quase nada, enfim.
Hoje, existem mulheres que se sentem muito a vontade com suas vidas e nem por isso tornam púbicas as suas agendas de sexo; a não ser que seja essa a intenção, como a tal da Surfistinha.
Se você achava normal ter transado apenas com seu antigo namorado, pra que ficar falando isso toda hora? Confesso que a Fani, com todo aquele furor verbal (até hoje não sei se foi puro marketing...) me inspira muito mais confiança do que o tipinho caipira quase inexperiente que ainda tenta emplacar.
Você teve a sorte de nascer com uma bunda maravilhosa e um belo par de olhos (nariz e peitos a gente pode comprar!). Mas não pense que só isso convence a todos por todo o tempo.
Pensei que você tivesse atingindo o auge do mico ao anunciar quando seria a primeira noite com o Alemão. Convenhamos que, com um homem daqueles, você teve até muita calma.
Agora, na falta de tema melhor, anuncia que não teve sexo com o grego.
Sinceramente, acho que o rapaz deve estar arrependido da tentativa de namorar a caipira do BBB. Aliás, de caipira, meu anjo, você não tem nada. De tonta, sim. Auto-proclamar-se ‘caipira’ deve ter ofendido um monte de garotas legais, espalhas pelo interiorzão desse Brasil de Meu Deus, e que não merecem isso, apesar de morrerem de inveja da sua cintura.
Por isso tudo, Siri (bem a calhar!) acho que você precisa rever seus assuntos.
Para ser justa, devo agradecer-lhe um coisa.
Por sua causa, acabei admirando a Surfistinha e concedendo-lhe um pontinho a favor.
Ela, pelo menos, assume que faz o que faz porque gosta. E conta pra todo mundo por gostar tanto quanto.
No mais...É adeus, mesmo.
Eu.”

domingo, 30 de setembro de 2007

A tal da Pimenta (Participação Especial de Ludmila Z.)

E o que posso dizer à sua leitora que pergunta, secamente: "E quando a pimenta acaba?"

Áaaiii, Vera, pela nossa amizade, vou tentar dar uma ajudazinha, mas que coisa , heim?


Esse povo tá carecendo de tempero. Ou de imaginação.

O maior (e às vezes único) problema dos casais que vivem um relacionamento "diet" é a falta de comunicação. É dificil entender como duas pessoas que vivem juntas há tempos, não tenham intimidade.
Melhor deixar claro que casal, "é uma dupla de duas pessoas". Mais claro, impossível!
Não me interessa se são dois meninos ou meninas, ou um misto quente.
O que importa é ser...quente, capisce?
Ou você acha que casais gays não passam por essas crises de falta de apetite?Quem dera!
Voltando ao "assunto em tela"...

Pense nas ocasiões de doença, por exemplo, quando é comum o parceiro realizar a higiene, trocar as peças íntimas e, até, banhar o outro.
Quer mico maior do que convalescer de uma lipo, ao lado do romeu?
E a cirurgia das hemorróidas dele? Lembra?

No entanto...conheço homens que tiveram que 'aceitar' esses cuidados (que alguns acham constrangedores, quase humilhantes!) mas não se sentem à vontade para revelar que adorariam que suas esposas fizessem uma depilação 'a la Playboy'...Que loucura!
(O que tem de mulher que se depila em nome da higiene....Me engana, que eu gosto!)
Pois é verdade, senhoras, vossos maridos temem tanto as perguntas que podem surgir que preferem ficar só na vontade.

"Mas como que você gosta de careca? Você saiu com alguma piranha depilada?"

Lá se foi o romance, e a tesão então, ninguém sabe, ninguém viu...
O inverso também acontece. Marido machão, cuja esposa deve ser craque no suflê mas na cama, só deve gemer baixinho e exigir, no máximo, um papai e mamãe de olhos abertos.

O que essa infeliz pode fazer? Realmente não sei. Não consigo imaginar o quanto de boa vontade deve ser necessária para manter um casório com um perfeito bundão. Ou bundona, no mau sentido, claro; popozuda todos adoram.
O post da pimenta está tão claro que não sei nem o que acrescentar.
Talvez um workshop com a Marcita da Artes, sobre artes sensuais e pompoarismo ou uma receitinha afrodisíaca ( 'aquela' com pedra ume ou adstringente de sex shop) ajudem no tempero. Mas nada vai fazer milagre.
Isso tem que partir de você, como um parto...
Como pode achar que ele enjoou de você e não da mesmice?
Surpreenda-o!
Apresente a ele a sua outra personalidade,"aquela" que é capaz de fazê-lo tremer nas calças. Ou jogá-las longe!
Se ele não gostar? Aí, amiguinha, encerre o jogo e parta para outra divisão.´
Para mim, o que funciona, e muuuuito (como diria a dona do blog) é sexo oral. Eles amam uma sacanagem, pode acreditar, até o Charles gosta, logo ele que é um entojo!
Isso querida! O-ral!
Falar sobre sexo. (Tá vendo? Você está carente, filhinha!)
Com a pessoa que a interessa, claro, que eu já ando cheia de falar mais do que fazer, compreende?
Liga pra ele, fala umas bobagens...'aquelas' que você falaria se ele, no caso, não fosse seu 'marido'
(o mundo é doido, mesmo!) e sim um novo namorado, bem safado.

Se alguém aí sabe me dizer a razão de algumas das respeitaveis 'senhôras' não serem exatamente tímidas quando o lance é com...digamos...outro ( vamos pegar leve, o Norte é muito machista, me disse a Vera!) pode mandar me dizer, tá? Será um favor.
Ludmila Z. é especialista em relacionamentos e Marcita das Artes, em breve estará no nosso blog. Aguarde !

sábado, 22 de setembro de 2007

COM OU SEM PIMENTA ?




Querida “Dona de Casa”,


Perdoe-me a demora, mas realmente não sabia se deveria responder seu e-mail.


Conselhos, você bem o disse, é coisa para profissionais ou quem nos conhece muito bem.


Não me encaixo em nenhum dos dois, minha coluna não trata de relacionamentos, não sempre. Entretanto...Posso ser absolutamente franca com você e isso talvez a ajude.


Você se queixa da falta de tesão no casamento e, como toda esposa entediada, culpa o maridão, o que, convenhamos, é muito mais fácil mas não resolve nada.


Cá entre nós duas: quase sempre a mulher detém as rédeas dos relacionamentos e só não exerce esse poder por medo, insegurança ou desconhecimento, mesmo. Ou por tudo isso, compreende?




Você me parece muito preocupada com ‘o que ele vai pensar’ desses seus desejos...Como se fosse um desconhecido.A maioria dos homens agradeceria aos deuses do olimpo se suas esposinhas deixassem o avental todo sujo de ovo numa gaveta, quando eles colocassem os pés em casa. Pelo menos quando as crianças já estivessem dormindo, sacou ?


Todo mundo tem seus macaquinhos no sótão. Se não os deixa livres, de vez em quando, um dia começam a quebrar tudo;daí, ...Bem, essa parte você já conhece.


Vamos ao que interessa.Parta do princípio que ele também deve estar saturado desse relacionamento ‘diet’, morno e previsível, depois de dez anos.


Como diz a Ana Maria Braga: Acorda, menina!


Muitas de nós valorizam tanto essa coisa de reputação, querem tanto o cetro de mãe, esposa e dona de casa perfeitas, que acabam sacrificando a porção ‘safadinha’ que todas temos e que deve ter encantado seu homem, tempos atrás.


Aquele velho axioma...Uma dama na rua, ...ainda vale, amiga!


Você detalhou (com esmero) tudo o que sente falta ou gostaria de experimentar.


E eu pergunto: ele sabe disso?


Tímido, com a sogra morando junto (isso é grave...), e toda essa carga de ‘moralidade’ que a família (você, inclusive) impôs, de repente ele pode estar abafando as próprias fantasias, deixando de erotizar o que já deveria estar ‘pegando fogo’.


Ele vai adorar ouvir, baixinho, (ou aos berros se você gostar e a acústica permitir!) o que e como você quer, acredite!


Compre sim, a calcinha fio-dental que ele adorava e você jogou fora, com medo da sua mãe ver. Afinal, você ainda é uma adolescente ou já cresceu? Se ela remexer suas gavetas, merece encontrar bem mais do que um indício de que a filha vai muito bem, obrigada.


Outra coisa: celulite é coisa que só mulher presta tanta atenção. Mesmo mais gordinha, você continua sendo a mulher dele. Mas...de ‘calçola’, sei não, não tem quem agüente. Conforto tem limites, queridinha!


Lembre: quando os dois gostam, qualquer coisa é mais que bom, é ótimo!


Não perca mais tempo e faça um favor a você mesma: corra para o salão, pinte as unhas do vermelho que ele adorava...Capriche da depilação, não esqueça nada. inclusive de despachar sua mãe e os gêmeos para qualquer local por umas horinhas. Você merece, fôfa!


Tire os shorts e a camiseta decotada da gaveta, tome um belo banho, use a tal colônia que ele sempre lhe presenteava. Um gloss, duas gotas e veneno e não mais...


Desligue a TV e troque a cor da lâmpada do abajur.Tenho certeza que ele entenderá os sinais.


E vai adorar que você assuma o comando dessa nave.Você sempre soube como fazer as coisas, meu bem, só falta um pouco de...apetite.


E fala sério, quem teve gêmeos precisa de coragem?Assuma sua porção ‘quenga’ sim, e daí? Pense bem, isso é só entre vocês.


E só para a gente rir um pouco...Você realmente acha que as outras não têm fantasias, fetiches e essas coisas que mulheres saudáveis têm e a-do-ram?A diferença é que algumas as colocam em prática e outras...Bem, essas passam a vida aprimorando outra personagem, enfim.Sua pele vai ficar ótima e ele...Ah, depois você me conta!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Tesão pela novidade


Em busca de amantes 'virtuais', marido e mulher encontraram um ao outro na web.
(Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL106773-6174,00.html )

Um casal da Bósnia decidiu se divorciar depois de descobrir que ambos usavam a internet para trair seu parceiro.
O detalhe curioso dessa história é que eles iniciaram um relacionamento no universo virtual sem saber suas verdadeiras identidades, divulgou nesta semana a publicação australiana “Daily Telegraph”.
Sana Klaric, 27, e seu marido, Adnan, 32, se encontraram em uma sala de bate-papo com os apelidos "Sweetie" e "Prince of Joy". No ambiente virtual, eles desabafaram sobre os problemas que enfrentavam em seus relacionamentos do universo real.
Segundo a publicação, os dois descobriram suas verdadeiras identidades quando combinaram um encontro. Agora, o casal da cidade de Zenica está se divorciando – no processo, um acusa o outro de infidelidade.
“De repente eu me apaixonei. Foi incrível. Parecia que a gente estava preso ao mesmo tipo de casamento infeliz, e isso se mostrou ser a realidade”, afirmou Sana, de acordo com o “Daily Telegraph”.
Adnan, por sua vez, disse ainda não acreditar que “Sweetie” é a mesma mulher com quem se casou. “A pessoa que escrevia coisas maravilhosas é a mesma que não me disse uma palavra carinhosa durante anos”, afirmou o marido.
Ok, queridinhos, vamos ser sinceros...com quem isso não poderia ter acontecido, heim? heim?

Todos nós, um dia, ficamos saturados do conhecido, da rotina, dos problemas velhos.

Queremos novidade, aventura, um amor novo, um problema novo...nem que seja o antigo, num modelito fashion.

Entre eles, se o assunto não é futebol ou política, é mulher.
Entre elas, se não é mulher (as outras, claro!) é homem. Os delas.
Escuto coisas desanimadoras, mas algumas me fazem acreditar que casamento é viável, apesar de tudo. Viva os que dão certo!
Muitos casais, se não vivem em planetas diferentes, falam idiomas diferentes, pois parece não existir comunicação. ( se estivessem no MSN...
As exceções nem devem estar lendo minha crônica. Estão felizes passeando ou aproveitando o domingo sob o edredom. Outros... Depois da semana de trabalho, cada um tocando sua carreira, seria de se esperar que estivessem juntos, fazendo muita ‘saliência’. No entanto, é comum que estejam separados, como se a distância facilitasse a convivência.
Ele não diz que está com vontade de transar. Transar sim, querida, homem “trepa” a gente é que complica com essa história de “fazer amor” ( já viu algo mais sério?) e acaba tendo mesmo é uma droga de ‘relação sexual’ que parece coisa de cartaz de secretaria de saúde sobre DST.
A “coisa” está mais séria do que se pensa.
Alguns conseguem conversar sobre a vida íntima dos outros casais, é mais quem sabe quem ‘tá comendo quem’, mas ninguém se aventura a assumir que não come exatamente quem deveria...Que coisa!
Das performances alheias se fala, e sobre a própria...nem se pensa!
Isso vale pra você , amiguinha, que insiste naquele papo de que o maridão não lhe dá folga...Mas tem o comportamento patognomônico (vai no Aurélio, por favor!) de quem vive um período de seca braba!
OK. A viagem foi ótima, o empregão é ‘bão demais’, a filha vai casar com um barão...
Mas no final, tudo, tudinho , acaba na cama. Bem ou mal. É real e fa-tal.
Tenho recebido queixas femininas desde que um artigo provocou e-mails me considerando “machista”. Eu defendia “os homens” sem levar em consideração que muuuitas mulheres tem se esforçado para “animar” a vida sexual e eles ó... nem aí, pelos mais diversos motivos.
Fui conferir. E é verdade. Perdão, meninas dedicadas, gueixas pós-modernas e esposas em geral.
E atenção rapaziada : elas querem ma-is e me-lhor. Compreendem?
Rapidinha é só uma concessão para quem anda brincando direitinho.
Cada vez mais acho que relacionamento não é complicado, a gente é que complica. Como entender a matemática que não fecha essa conta, banal: você doida pra dar e ele louco pra comer. O que falta, criatura?
Imagina, que teve até Work-shop sobre relação entre casais: nós precisamos aprender como ser “casados”, que hor-ror .
Para cada mulher insatisfeita existe um macho muito mais perdido, pois raramente homem discute o tema com amigos.
As meninas conseguem essa catarse ao falar “horas” com uma parceira de “infortúnio”.
Voc~e não? Então me engana que eu gosto, querida.
Não existe casamento que não tenha passado por uma crise. Elas reclamam de não conseguir “abrir” o coração sem medo de “ofender” o maridão e piorar tudo.Do “lado de lá” a situação é idêntica.
Sabiam que homem tem pa-vor da ira feminina ? Mais do sangue, ladrão e imposto de renda?
Acho que a gente coloca defeito em tudo, sem prestar atenção no que é bom.
Cansadas de “defender algum”, prontas para descontar em alguém , o mais próximo é o parceiro. Nós ou eles.
Dores antigas e bobagens poderiam ser resolvidas numa conversa franca.
Com clima “de guerra dos sexos” quem estaria disposto a praticar o próprio ?
A distância e a mágoa vão aumentando. E a insatisfação de ambos também.
A concepção de sexo é completamente diferente para homens e mulheres e a gente não tenta aprender a linguagem do outro.
Para a mulher, fazer amor todo dia pode ser, eventualmente, apenas trocar beijos apaixonados, carícias demoradas e juras de amor. Para os homens pode significar “uma rapidinha” ou “demoradinha”. Poucos se lembram de namorar suas esposas.
Foi isso que descobri.
Elas querem namorar. Querem uma boa pegada, sabe como? Vigorosa, mas com muito romance. Querem ficar naquele ti-ti-ti, beijo na nuca, na boca, no corpo todo.
Mulher gosta disso, de ser cortejada pelo seu próprio homem. Gosta de seduzi-lo, ainda que alguns achem desnecessário. E a-do-ra ser seduzida. Mesmo que esteja casada com o sedutor há 30 anos !
Senhores, compreendam: para nós, novidade, no sexo, pode ser ir a um motel, sim. Outras camas, outros ares.
É como colocar sal, açúcar e orégano na dieta!
(Já pra vocês, meninos, não tem ajinomotto que resolva, às vezes...Novidade pode ser trocar a parceira, enfim.)

Quando o casal começa a se tratar por “pai” e “mãe”.... É incesto! ( Perdoem-me psicólogos e terapeutas!) Só tarado gosta !
Mas a verdade é que todos querem, custe o que custar, uma relação familiar (que inclui a conjugal, claro) não apenas saudável, mas sobretudo, pra-ze-ro-sa.
Gargalhadas embalando os dias, danem-se as boas-maneiras, a felicidade escancarada, o beijo na boca, de língua sim, bitoquinha é na madrinha.
Dançar até ficarem exaustos. Exaustos de felicidade.
Ainda que custe arranhar coisas estabelecidas pelo tempo e pelos outros, que nem sempre foram felizes.
Ninguém consegue essa façanha sem conversar, francamente. E isso implica ouvir coisas que preferíamos deixar pra lá...
Ouvir que, enquanto você estava no telefone, ele gostaria de um papo mais íntimo, sobre seus próprios problemas.Sua próstata, por exemplo. (Dele e sua, sim, mulher!)
Ou tê-la ao lado durante o jornal já que na hora da novela ele não pode (nem deve) abrir a boca...
Ser adulta e saber que ser feliz não é viver “num mar de rosas”.
Valorizar os bons momentos e minimizar os maus. Sem ser Poliana, pois ela é um saco !
Não ficar falando na última briga, pois quem perdoa, esquece. Ou se comporta como. Ou não perdoou. Crise se resolve com conversa. Até política nos ensina isso. Em casa não é diferente.
Mas as vezes tudo parece mais fácil quando um teclado e um monitor filtram a chatice, e nos revelamos assim, idealizados, perfeitinhos.
Será?